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Ricardo Peters

03 Junho de 2022

min para ler
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Agilidade de Negócios: modelos e importância para a Instituição

Entenda os modelos de agilidade e a importância de uma Instituição cultivar agilidade no seu DNA.

De um lado, o investimento em processos e estruturas de governança; do outro, flexibilidade e autonomia para operar e lidar melhor com a complexidade. Uma organização não pode mais se dar ao luxo de cultivar agilidade apenas na TI, todo o negócio precisa ter agilidade embutida no DNA. 

Como essa dinâmica afeta a nova forma de trabalho nas organizações? Como podemos nos adaptar às mudanças que serão necessárias para triunfar em ambientes VUCA? E a gestão? Será que ainda é do domínio apenas de gerentes? Minha experiência me impulsiona para o futuro do trabalho e da gestão? 

Vamos entender melhor esses questionamentos; já que as respostas, cada organização vai ter que descobrir por conta própria.

 

Agilidade de Negócios

 

“Agilidade de Negócio é a capacidade e a vontade de uma organização de adaptar, criar, e potencializar a mudança para o benefício de seus clientes!” 

Evan Leybourn “Chief Everything Officer”, Business Agility Institute (BAI)

 

Fonte: https://businessagility.institute/learn/

 

O modelo do Business Agility Institute

 

No modelo proposto pelo Business Agility Institute, podemos verificar o cliente como o centro de referência para a geração de valor, uma abordagem conhecida como Customer Centric

Ao seu redor, um board, parceiros e a força de trabalho para atuar em direção a esse objetivo. Para desenvolver a capacidade da organização de tornar-se o camaleão criativo que utiliza a mudança em favor de seus clientes, três grandes esferas precisam ser observadas: Indivíduos, Operações e Liderança

O foco não é detalhar o modelo, mas refletir que, na esfera individual, o domínio de uma mentalidade de crescimento, senso de propriedade e prestação de contas, além do desenvolvimento da excelência são as áreas de foco.

As operações devem se preocupar com o desenvolvimento de uma estrutura voltada à agilidade, processos que ofereçam norte ao invés de uma camisa de força para as práticas ágeis (em constante mutação) e a preocupação da adoção de uma mentalidade ágil em todo o negócio, não apenas na TI. 

A terceira peça essencial é a liderança, com o entendimento de um novo modelo estratégico para ambientes complexos, a mentalidade de “One Team” (somos uma única equipe) e, de fato, aprender a lidar com pessoas e gerenciar seu talento em favor da organização.

Muita gente boa contribuiu para a formação dessa linha de pensamento. Na falta de um manifesto construído pela comunidade, eles adotaram o manifesto ágil trocando apenas um dos valores de “software em funcionamento” mais que documentação abrangente para “criação de valor” mais que documentação abrangente. Isso ajuda a caracterizar que agilidade não é mais apenas coisa que se houve falar lá na TI.

 

Agilidade de Negócios é a habilidade de uma organização de: 

 

▶️ Adaptar-se rapidamente às mudanças de mercado - internamente e externamente 

▶️ Responder rapidamente e com flexibilidade às demandas dos clientes 

▶️ Adaptar-se e liderar a mudança de uma forma produtiva e custo-benéfica sem comprometer qualidade 

▶️ Manter uma vantagem competitiva continuamente.”

 


Fonte: https://www.agilebusiness.org/page/WhatisBusinessAgility

 

O modelo do Agile Business Consortium

 

Já o Agile Business Consortium coloca as mudanças ágeis do negócio no centro de seu modelo. A parte ágil, refere-se ao portfólio, composto de programas e projetos ágeis, e a evolução de produtos e serviços ágeis. Para dar suporte à mudança, a estrutura organizacional e operações também precisam migrar para um formato que esteja mais alinhado com agilidade. Esse alinhamento cobre cinco dimensões: Pessoas, Cultura, Liderança, Estratégia e Governança, todas com o prefixo Agile. 

O modelo também valoriza o cliente de forma direta, mas entende que liderar e obter vantagem a partir das mudanças, adaptabilidade, responsividade e flexibilidade são os itens da agenda de organizações verdadeiramente ágeis. Isso não deve ser feito sem uma avaliação do custo-benefício e em detrimento da qualidade e produtividade.

“Agilidade de Negócios se preocupa com a adoção da evolução de valores, comportamentos e capacidades. Estes possibilitam aos negócios e indivíduos serem mais adaptáveis, criativos e resilientes ao lidar com complexidade, incerteza e mudança conduzindo à melhoria do bem-estar e a melhores resultados.”

 

Agile Business Consortium

 

Fonte: https://www.scaledagileframework.com/business-agility/

“Agilidade de Negócio é a habilidade de competir e triunfar na era digital através da resposta rápida às mudanças de mercado e oportunidades emergentes com soluções de negócio inovadoras.” 

 

SAFe é um dos frameworks mais conhecidos e robustos quando o assunto é agilidade em escala organizacional. Me surpreendi ao encontrar uma página (muito completa, por sinal) falando apenas de Agilidade de Negócios e de como o framework se conecta e oferece suporte para sua utilização nas organizações.

Assim como o Business Agility Institute, o cliente está no centro de tudo. De um lado as estruturas de suporte direcionam o foco para as soluções oferecidas (Entrega de Solução no Empreendimento), Entrega Ágil de Produtos e Agilidade Técnica e da Equipe. Do outro, aspectos mais organizacionais, como o Gerenciamento Enxuto de Portfólio, Agilidade Organizacional, a criação e manutenção de uma Cultura de Aprendizagem Contínua. Ao centro, o que parece oferecer suporte a todo o modelo, uma Liderança Lean-Agile.

"Agilidade de Negócios requer que todos os envolvidos na entrega de soluções—líderes de negócios e tecnologia, desenvolvimento, Operações de TI, jurídico, marketing, finanças, suporte, compliance, segurança, e outros—usem práticas Lean e Agile para entregar continuamente serviços e produtos inovadores e de alta qualidade mais rápido que a competição."

Fonte: https://www.scaledagileframework.com/business-agility/

 

Agilidade vai além da TI

 

É fato que a agilidade hoje vai além da TI. Como fazer com que o que aprendemos nas trincheiras da tecnologia da informação seja disseminado para toda a organização tem sido o maior desafio da comunidade. Procura-se desenvolver abordagens e soluções que permitam o mínimo de estrutura sem criar amarras que impeçam a evolução e amadurecimento de ativos organizacionais verdadeiramente ágeis. Esses ativos, por sua vez, têm vida útil e eventualmente ficarão obsoletos. 

Uma mentalidade ágil incorporada ao “DNA” organizacional é o que permitirá o entendimento e reavaliação periódica da adequação desses ativos às nuances de um mercado volátil, incerto, complexo e ambíguo.